Thursday, January 18, 2007

Estudo econômico sobre a guerra no Iraque

Dois economistas do Centro de estudos conjuntos do American Enterprise Institute e do Brookings Institute, que produz conhecimento a respeito de questões regulatórias, incluindo as áreas de segurança, saúde e ambiental, Scott Wallsten e Katrina Kosec, fizeram um estudo sobre os custos econômicos da guerra no Iraque. A versão completa do estudo está aqui. A versão resumida está aqui. Para acompanhar as atualizações periódicas dos custos incorridos e evitados levados em conta no estudo, clique aqui. Veja também um estimador interativo para verificar como as mudanças nos pressupostos afetam os custos esperados futuros da guerra.
Basicamente, o que eles fizeram foi propor uma análise de custos e "benefícios" da guerra no iraque. De forma correta na minha opinião, incluíram nos custos da guerra, além do orçamento federal norte-americano alocado diretamente para a sua manutenção, custo das vidas perdidas, das feridas que tornam pessoas incapazes de contribuir novamente para a sociedade, da perda de produtividade dás pessoas que são alocadas ao exército e mobilizadas para a guerra etc.
Na parte dos benefícios, incluiu o fato de recursos das Nações Unidas não precisarem mais ser alocados para se manter as sanções ao país e o benefício de iraquianos não mais serem assassinados pelo regime de Saddam Hussein (e, portanto, contribuírem produtivamente para a economia local).
Depois, monetizaram os custos diretos e indiretos até o presente e fizeram um fluxo de caixa descontado (valor presente líquido) dos custos até 2015. Como sempre, enfatizam que seus dados são imprecisos, requerem um número imenso de pressupostos e hipóteses e não levam em conta os efeitos indiretos do conflito (como o aumento do preço do petróleo, por exemplo, ou o benefício de um regime democrático consolidado no Iraque).
É um estudo bastante interessante do ponto de vista econômico. Em uma época onde as ações governamentais americanas são analisadas sempre em termos econômicos, de custo-benefício, uma das principais, a guerra no Iraque, não tem sido nem de perto. O estudo ajuda a elucidar o que mais, além do orçamento direto, está envolvido num conflito dessas proporções e propõe um modelo bastante interessante de decisão. Se ao menos pudéssemos ser tão racionais na hora de decidir pela guerra...

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