Friday, September 29, 2006

The Economist prevê quatro anos de crescimento mediócre e poucas reformas

A revista britânica "The Economist" dedica a capa de sua edição desta semana, que foi às bancas ontem, à disputa pela liderança na América Latina entre os presidentes do Brasil e da Venezuela.

A matéria principal trata da eleição brasileira deste domingo. Há ainda uma reportagem sobre a campanha venezuelana por um assento rotativo no Conselho de Segurança da ONU. E, por fim, um editorial que liga os dois personagens.

Na reportagem especial sobre as eleições, intitulada "Ame Lula se você for pobre, preocupe-se se não for", a "The Economist" traça um perfil do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e analisa as suas chances de reeleição.

A revista identifica em Lula um administrador pouco eficiente, mas uma figura carismática com a população de baixa renda. Chama-o de "Evita de barba", numa referência à argentina Evita Perón, a protetora dos descamisados. Em nenhum momento o texto se empolga com Geraldo Alckmin.

Apesar de reconhecer avanços na área social, a "Economist" não vê facilidades para o presidente caso ele seja reeleito, e aponta uma tendência de mais quatro anos de performance medíocre no que tange o crescimento da economia.

Argumenta que os escândalos que rondam a campanha devem se tornar empecilhos para a governabilidade do país, pois afastariam de modo peremptório os entendimentos com a oposição.

E isso numa situação em que o governo deve ter um "déficit de representação" no Congresso, o que dificultará ainda mais as reformas de que o país precisa, tão conhecidas que "já viraram até piada".

A revista acena para a disputa presidencial pós-Lula. Elogia o "choque de gestão" em Minas Gerais feito pelo governador Aécio Neves. "Mr. Neves" aparece com uma imagem melhor do que Lula.

No comments: