Thursday, February 01, 2007

Ata do Copom

A íntegra da ata da última reunião do Copom está aqui.

SÃO PAULO (Valor Online) - Maiores pressões de aumento de preços - aparentemente " isoladas e transitórias " -, o crescimento econômico e os incentivos já promovidos para estimular o consumo levaram a maioria dos integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) à decisão mais cautelosa de reduzir o juro básico Selic em apenas 0,25 ponto, para 13% anuais, na reunião de janeiro. Cinco diretores acreditaram que o cenário atual exige " parcimônia já a partir desta reunião " . De acordo com a ata do encontro, porém, essa visão não foi compartilhada por todos: três diretores avaliaram que o balanço de riscos à estabilidade econômica ainda sustentaria um corte maior, de 0,5 ponto.

" A maioria dos membros do Copom ressaltou que as informações sobre o cenário macroeconômico disponíveis neste momento justificavam uma mudança de ritmo de flexibilização " , diz o texto, divulgado há pouco. " Um conjunto de pressões de preços, a princípio isoladas e transitórias, atinge a economia em um momento em que a demanda doméstica se expande a taxas robustas " . O dever do Banco Central, nesse caso, é evitar que as elevações pontuais de preço se estendam por prazos mais longos e ameacem a trajetória da inflação. As maiores pressões, segundo o Copom, derivam dos preços de alimentos e dos reajustes de tarifas de transportes públicos.

Esses repiques de preço ocorrem, de acordo com o BC, em um momento de aquecimento da demanda, que deve continuar ao longo dos próximos meses. Além da esperada recuperação do nível de emprego e renda, e da oferta de crédito, os diretores levaram em conta ainda aumentos de transferência de recursos do governo e incentivos fiscais previstos para 2007. " Dessa forma, os efeitos defasados dos cortes de juros sobre uma demanda agregada que já cresce a taxas robustas se somarão a outros fatores que continuarão contribuindo de maneira importante para a sua expansão " , explica a ata.

O BC admite que as importações, que sobem a taxas superiores às das vendas ao exterior, têm ajudado a manter a inflação contida. Na ata da reunião de janeiro, os membros do Copom dizem que as importações estão " complementando a produção doméstica e, assim, permitindo que os efeitos inflacionários do crescimento sustentado da demanda agregada continuem sendo limitados " .

O Copom cita ainda a presença de novas incertezas no cenário internacional. A preocupação antiga, que era o aumento das cotações do petróleo, diminuiu com a queda recente dos preços. No entanto, o BC vê agora um " ambiente de menor liquidez global " após a elevação dos juros dos países desenvolvidos e também um " contexto de moderação do crescimento internacional " .

(Paula Cleto | Valor Online)

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